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me rendi à “moda” de ruptura

Entre os dias 3 e 5 de janeiro de 2025, a Apple TV+, serviço de reprodução online de filmes e séries da Apple, esteve disponível gratuitamente para qualquer usuário cadastrado, sem necessidade de inserir cartão de crédito ou efetuar qualquer pagamento prévio. Foi nesse final de semana que decidi dar uma chance e assistir à série Ruptura, a mais comentada no momento em que escrevo este texto.

Já mencionei em outras ocasiões que não sou alguém que costuma assistir a muitos filmes e séries. Preciso de uma conexão forte com a história para ter interesse genuíno em dedicar muitas horas do meu tempo a “apenas assistir a algo”. As poucas séries que vi na vida foram aquelas que: ou receberam fortes recomendações; ou eu já conhecia o conteúdo o suficiente para me motivar a assisti-las. Foi assim com Black Mirror, Breaking Bad, Sherlock, Vikings, Sons of Anarchy, House of Cards e outras.

Decidi aproveitar a cortesia da Apple para assistir a Ruptura por recomendação do amigo Paulo Barba, que já assinava a Apple TV+ e consumia muito conteúdo do serviço. Ruptura foi a principal sugestão dele para quem tinha apenas aquele final de semana para aproveitar. Só depois entendi que a recomendação não foi à toa.

Não vou detalhar os episódios, como já mencionei nas publicações sobre filmes, não sou crítico de cinema, nem é essa minha intenção. Mas apenas comentar o motivo de ter resolvido assistir e o que gostei.

A história contada na série me chamou a atenção logo de início por abordar o dilema entre vida pessoal e vida profissional. Algo que a maioria de nós vivencia no dia a dia, mas que é muito bem explorado por meio da narrativa e do enredo. Os elementos ficcionais são muito bem equilibrados, não tornando a série excessivamente caricata. A fotografia e a cenografia nos transportam para o mundo corporativo dos anos 70/80, mas com características que ainda observamos em muitas empresas hoje. Se você já trabalhou em alguma repartição pública, ou mesmo em uma empresa privada com foco em escritório, deve ter se identificado, pelo menos um pouco, com a turma do Refinamento de Macro Dados.

Os episódios são repletos de pequenos elementos que se conectam e que, aparentemente, não parecem significar nada, mas que, mais adiante, começam a fazer sentido. Gosto muito de séries com elementos assim (como Sherlock), pois me fazem prestar ainda mais atenção e tentar descobrir antecipadamente o significado daquilo.

Do ponto de vista de fotógrafo, um aspecto estético que me chamou a atenção é o efeito de “zoom” da lente quando um funcionário entra no elevador da Lumon (empresa onde a maior parte da série se passa). O efeito é chamado de “dolly zoom” ou “efeito Hitchcock” — obviamente por ter sido muito utilizado pelo diretor de mesmo nome — que consiste em aumentar ou diminuir o zoom enquanto aproxima ou distancia a câmera. Se você já viu algum episódio, é exatamente o que acontece nas cenas dentro do elevador. Quando os personagens estão dentro da Lumon, sem se lembrar de nada sobre suas vidas fora da empresa, os planos utilizados são filmados com lentes grande angulares, que causam uma perspectiva muito característica quando a câmera se aproxima do assunto. Essa perspectiva é muito usada para tornar algo mais caricato ou até lúdico. Ao entrar no elevador para sair, e no restante das cenas de fora da empresa, são utilizadas lentes mais teleobjetivas, lentes com distância focal maior, que exigem uma distância maior entre a câmera e o sujeito. A perspectiva dessas lentes entrega uma imagem mais “achatada”, um pouco mais próxima da realidade que enxergamos. Claramente, uma decisão de fotografia muito bem pensada pelos responsáveis.

Terminei de assistir à primeira temporada em um único dia. Comecei no sábado à tarde e continuei até a madrugada do dia seguinte, com pequenas pausas. Minha esposa me acompanhou nos primeiros episódios, mas ela foi dormir e eu ainda estava preso à história. Queria saber o que aconteceria e continuei assistindo até chegar ao último episódio. Fazia muito tempo que não fazia algo assim. Acho que a última série que me fez “maratonar” dessa forma foi Sons of Anarchy, há pelo menos 10 anos. Sabendo disso, decidi não assinar a Apple TV+ naquele momento. Minha ideia era esperar terminar a segunda temporada inteira para poder assistir no meu ritmo. Para mim, é muito “sofrido” ficar vendo uma série episódio por episódio que sai apenas uma vez por semana. Com certeza, teria uma crise de ansiedade. E assim o fiz.

Quando todos os episódios da segunda temporada foram lançados, esperei mais alguns dias e, quando realmente vi que teria tempo, assinei para assistir à minha maneira. Dessa vez, foram 3 dias para ver todos os episódios. No último dia, cheguei a fazer uma gambiarra tecnológica para prender meu tablet na cabeceira da cama e poder assistir deitado de lado. E funcionou!


A segunda temporada foi tão empolgante quanto a primeira, com muitas revelações, mas com uma narrativa mais séria, apesar de pequenas tramas de humor bem pontuais. O final me deixou intrigado, talvez até um pouco aflito, mas se tudo fosse resolvido ali, não haveria motivos para uma continuação. Sendo assim, o que resta é esperar um ou dois anos pela terceira temporada.

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Comentários

  1. Amei muito a série e já estou na expectativa da próxima temporada!!

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  2. O link do seu blog no Lerama tá com problema. Ele leva para o arquivo rss e não pro artigo

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    Respostas
    1. Obrigado, Gustavo! Já falei com o Rodrigo pra ver se tem como consertar.

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    2. Fiquei MUITO afim de ver.
      Bom dia.🌻📸

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