Após a premiação do Oscar no último dia 3, decidi assistir ao filme “Ainda Estou Aqui”, vencedor na categoria de melhor filme estrangeiro. Eu já queria ver o filme há algum tempo. Algumas semanas antes, minha esposa me convidou para assistirmos no cinema, mas não pude ir. Desta vez, com o "empurrão" do Oscar, fomos assistir (ela pela segunda vez).
Quero deixar bem claro que não sou crítico de cinema. Não tenho habilidade nem conhecimento suficiente para tal. Mesmo sendo fotógrafo e conseguindo analisar alguns aspectos técnicos como iluminação, ângulos e cortes, essa não é minha proposta. A intenção é fazer uma análise como alguém que assiste filmes para se divertir, se emocionar e se entreter.
“Ainda Estou Aqui” despertou meu interesse quando soube que se tratava de uma história baseada em fatos reais: a do ex-deputado Rubens Paiva, morto durante a ditadura militar. Outro ponto que me chamou a atenção foi uma publicação no LinkedIn da Julia Solpin, onde ela explicava sobre a "textura" do filme, destacando que não era um mero detalhe. Nessa publicação, ela mencionava o Super-8, algo que eu desconhecia até então.
Em produções de vídeo modernas, utilizam-se câmeras com sensores "super 35mm" e "super 16mm", nomes que fazem referência às películas de mesmo tamanho usadas no cinema. Meu conhecimento sobre sensores e películas se limitava a isso, até ler a publicação da Julia.
Essa publicação foi fundamental para o meu interesse em ver o filme. O uso de película em uma produção atual, ainda mais nacional, me chamou atenção, considerando o alto custo dessa tecnologia. A utilização das texturas de acordo com a época retratada no filme torna a história mais imersiva e intensifica a transmissão das sensações.
Não li o livro de Marcelo Rubens Paiva que serviu de base para a produção de “Ainda Estou Aqui”, e consegui evitar a maioria dos spoilers (o que não me incomoda muito). Por isso, estava com uma expectativa alta, afinal, o filme havia acabado de ganhar um Oscar inédito para o Brasil.
E não me decepcionei. O filme é realmente muito bom. A história de Eunice e Rubens Paiva é impressionante e, mesmo se tratando de uma família pequeno-burguesa, é impossível não se emocionar e sentir empatia por tudo o que aconteceu. As atuações de Fernanda Torres e Selton Mello são impecáveis (é incrível como Selton se parece com Rubens Paiva!). E confirmei tudo o que Julia havia mencionado sobre a textura. O mais interessante é que esse era um aspecto que antes passava despercebido por mim; eu sabia que existia, mas não notava. Ao final da sessão, todos na sala aplaudiram de pé.
Acredito que este Oscar não só é merecido, como também terá um impacto positivo na produção audiovisual nacional. Um prêmio tão importante para um filme brasileiro pode inspirar e motivar novas produções, gerando bons documentários, filmes e histórias. Aprecio muito quando vejo um filme com uma temática menos comum e que me leva a refletir, especialmente quando se trata de uma produção brasileira. Para mim, mais do que qualquer prêmio, “Ainda Estou Aqui” é uma homenagem mais que justa a Rubens e Eunice Paiva.
Excelente texto! Amei ver o filme nas duas oportunidades.
ResponderExcluirFoi ótimo! <3
ExcluirÓtimo texto! Fiquei com mais vontade de assistir.
ResponderExcluirValeu meu caro Herbert! Acho que aí no Japão é mais difícil de passar algo aqui do Brasil nos cinemas, né? Mas acho que não deve demorar muito para chegar aos streamings.
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