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“conheci” o Daron Malakian, guitarrista do System of a Down

Em setembro de 2015, saí de Natal para o Rio de Janeiro pela segunda vez, com o objetivo de ir ao Rock in Rio. Naquela ocasião, minha meta era assistir aos shows do System of a Down e do A-ha, que se apresentariam em dias distintos. No dia do SOAD, também tocaram Halestorm, Deftones, Hollywood Vampires, CPM 22 e Queens of the Stone Age. Houve outras bandas, mas essas foram as que consegui assistir. Foi um dia de ótimas atrações, mas, sem dúvida, a maioria das pessoas, assim como eu, estava ali para ver o System of a Down.

O show foi maravilhoso. Tocaram quase todos os clássicos, e o público estava muito animado. Para mim, foi o melhor dia daquela edição do festival. Foi nesse show que o SOAD convidou Chino Moreno, do Deftones, para cantar Toxicity com eles. E foi também nesse show que se popularizou o famoso “everybody spinning around”.

Corta para 2025. Dez anos depois, o SOAD voltaria a fazer uma turnê pela América do Sul, com direito a cinco shows no Brasil: um em Curitiba (06/05), um no Rio de Janeiro (08/05) e três em São Paulo (10, 11 e 14/05). Dessa vez, os shows foram em turnê própria, e não mais no Rock in Rio — vale lembrar que, em 2015, mesmo tocando no festival, o SOAD fez uma apresentação solo em São Paulo.

Foi difícil até acreditar nessa turnê, não somente pelos dez anos sem pisarem em terras brasileiras, mas também porque o SOAD produziu muito pouco desde aquele show em 2015. A banda entrou em hiato, sem lançar um álbum desde Hypnotize e Mesmerize, em 2005; fez alguns shows pontuais na América do Norte e lançou duas músicas durante a pandemia. Serj Tankian ainda publicou um livro chamado Down With the System em 2024. Lembro que o fim da banda chegou a ser especulado por alguns portais e pelos próprios fãs, por vários motivos, como supostas diferenças de visão política entre os membros e a dificuldade de Serj em “aguentar” o ritmo de uma turnê. Se isso é verdade ou não, não sei, mas a turnê “Wake Up!” do System of a Down em 2025 na América do Sul foi muito real!

A venda de ingressos iniciou-se ainda em 2024, no mês de novembro. Mesmo sem ter certeza de como estaria financeiramente na época do show, não podia desperdiçar aquela oportunidade. Era o SOAD no Brasil, dez anos depois daquele icônico show do Rock in Rio e, dessa vez, com pouca certeza sobre como seria a continuidade da banda após essa turnê. Sem pensar duas vezes, passei o cartão de crédito e comprei meu ingresso para o show do dia 8 de maio, no Rio de Janeiro. A escolha de ver o show no Rio se deu por dois motivos: o primeiro foi que caía em um dia de semana, então o espaço demoraria mais a lotar, já que muita gente só iria ao show depois de sair do trabalho, o que me daria a vantagem de conseguir um bom lugar. O segundo motivo foi que eu já conhecia bem o Rio de Janeiro; perdi as contas de quantas vezes estive na cidade. Este texto (pelo menos até aqui) está sendo escrito no dia 10 de maio, às 21h16, no Aeroporto do Galeão, enquanto espero meu voo de volta para Natal.

Passados alguns meses, cheguei ao Rio no dia 7 de maio. Naquela ocasião, combinei com meu amigo Filipe — que conheci na turnê do Red Hot Chili Peppers em 2023 — de darmos uma caminhada na orla das praias da Zona Sul. Partimos do início de Copacabana, caminhando e botando o papo em dia, até chegarmos à região do Arpoador, em Ipanema. Quem conhece a região sabe que é uma boa e intensa caminhada. Após um tempinho, resolvemos voltar, mas antes, demos uma passada em frente ao Hotel Fasano, que fica ali perto. — O Fasano é o hotel em que os grandes artistas costumam se hospedar quando vão se apresentar na cidade, e os caras do SOAD estavam hospedados lá. Não tínhamos pretensão nenhuma, só fomos até lá por já estarmos por perto e, coincidentemente, ao chegarmos ao hotel, uma fila de cerca de 30 pessoas se formava. No final da fila, demos de cara com Daron Malakian, guitarrista do SOAD, tirando fotos e autografando itens dos fãs.

Ficamos sem acreditar e, a princípio, sem sabermos o que fazer. Um rapaz que estava perto de nós, e que já tinha tirado foto e pegado um autógrafo do Daron, disse que ele já estava ali há cerca de 40 minutos. Então, Filipe e eu chegamos ao consenso de que não iríamos enfrentar a fila para uma foto, já que a qualquer momento ele poderia entrar no hotel. Passamos uns 15 minutos conversando ali, a uns três metros do Daron, fizemos alguns registros e mandamos para amigos pelo WhatsApp, que insistiram para que fôssemos também. Então, Filipe sugeriu: “Vamos para a fila arriscar? Vai que dá certo?”. E eu respondi: “Bora! Se não der certo, pelo menos tentamos”. E assim fomos para o final da fila, que não devia ter mais de 30 pessoas à nossa frente. Havia, porém, duas meninas que falavam em espanhol e diziam que elas seriam as últimas a poder tirar foto, segundo o segurança da banda. Ainda assim, insistimos. Ficamos ali atrás delas e, alguns minutos depois, o segurança informou que a fila terminaria nas “colegas latinas”. Falamos algumas palavras, pedindo para que também pudéssemos tirar uma foto e, mesmo contrariado, o segurança aceitou. Fomos os últimos a conseguir a foto com Daron, pelo menos naquela ocasião.

Vale salientar que já era noite, estava bem escuro e, pelo que eu via nos celulares do pessoal por ali, as fotos estavam saindo bem mais ou menos. Eu mesmo tentei fazer algumas enquanto estava na fila, e não ficaram tão boas. Daí, lembrei que carregava minha câmera de viagem na pochete. Tirei-a rapidamente e a configurei para conseguir fazer a foto facilmente. Até o flash eu deixei ativo, para garantir a luz para a foto. Mostrei ao Filipe rapidamente como fazer o clique e, logo depois, chegou a nossa vez. Eu fiz a foto do Filipe, e ele fez a minha. Ficamos bem nervosos na hora. Cumprimentamos o Daron. Filipe ainda pediu para que tocassem a música Spiders (e realmente tocaram!), e eu dei um abraço e só consegui falar “Thanks”. Para completar, Daron elogiou minha câmera, dizendo algo como: “Wow! A professional camera. Very good”. Saímos dali sem acreditar. Tínhamos acabado de “falar” com um dos guitarristas mais importantes do rock dos anos 2000. Não dá para dizer que “conhecemos” o Daron, apenas que interagimos rapidamente e fizemos uma foto com ele, mas, mesmo assim, foi muito significativo. Passamos o caminho de volta inteiro falando sobre o quão improvável aquilo tinha sido. Uma caminhada para botar a conversa em dia terminou em uma foto com Daron Malakian.

No dia seguinte foi o show, mas, para não ficar muito longo, vou deixar para contar como foi numa próxima publicação.

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Comentários

  1. Que demaiisss!!! Porra, esse show deve ter sido do caralho

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    1. Valeu, Eliel! Foi sensacional mesmo. E olhe que já fui em muitos shows de bandas grandes, mas esse está no meu top 3 com certeza

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