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o auto da compadecida 2 e minha volta ao cinema

Fazia um bom tempo que não ia ao cinema. Minha última ida foi em setembro de 2022, para ver "True North", que não era exatamente um filme, mas uma espécie de musical de divulgação do então novo álbum da banda A-ha. Não que eu não goste de cinema; pelo contrário, é uma atividade que fiz muito na minha infância e adolescência, sempre apreciei. Mas foi um hábito que acabei perdendo depois da pandemia.

Por curiosidade, resolvi olhar a programação e fiquei surpreso positivamente. De vez em quando verifico o que está passando, e a maioria dos filmes não me agrada. As expectativas anuais hoje em dia são basicamente dos filmes de herói da Marvel, que não me animam. Mas neste final de 2024, estavam em cartaz: "Ainda Estou Aqui", "O Auto da Compadecida 2" e "Mufasa - O Rei Leão", que despertaram meu interesse. Decidi começar pelo "Auto da Compadecida 2".

Quero deixar bem claro que não sou crítico de cinema. Não tenho habilidade nem conhecimento suficiente para tal. Mesmo sendo fotógrafo e conseguindo analisar alguns aspectos técnicos como iluminação, ângulos e cortes, essa não é minha proposta. A intenção é fazer uma análise como alguém que assiste filmes para se divertir, se emocionar e se entreter.

"O Auto da Compadecida 2" é um filme que claramente homenageia sua versão do ano 2000. Os personagens principais ainda estão ali, mais velhos, é claro. Alguns foram substituídos - ora, se passaram 24 anos, não é fácil manter o mesmo elenco. Mas a essência permanece. O enredo, as falas dos personagens, o figurino, as tiradas engraçadas, as referências ao sertão nordestino... tudo está lá.

Apesar da história ser boa, ela não prende a atenção e nem tem o impacto do primeiro filme. Talvez seja uma questão de expectativa, mas se considerarmos que essa continuação não pretende ser como a primeira, e sim uma homenagem para encerrar o ciclo, é compreensível.

O filme explora bastante os efeitos visuais, o que é notório nas cenas de transição e nas histórias de Chicó. Não são usados animais reais, mas sim animações, o que deixa o filme mais leve e caricato. Não sei dizer se isso é bom ou ruim, mas essas animações, somadas a outros aspectos do cenário, me incomodaram um pouco.

Para mim, a maior ausência foi a de Fernanda Montenegro como Maria. Ela está presente em outro filme em cartaz, "Ainda Estou Aqui". Não pesquisei o motivo de sua ausência em "O Auto da Compadecida 2", mas fez falta. Não que Taís Araújo não tenha interpretado bem, longe disso. Até gostei de sua atuação, mas Fernanda é um patrimônio do cinema nacional, e seu papel no primeiro filme tem uma importância imensa que, se presente no novo filme, teria mais impacto.

O que mais me chamou atenção negativamente foi a sensação de que o filme foi gravado em um grande estúdio, como se todas as cenas fossem filmadas em Chroma Key (aquele fundo verde). Isso não consegui ignorar. A história se passa em Taperoá/PB, e a cidade é tão importante quanto seus personagens. É notório que o novo filme não foi filmado lá. Não sei se usaram fundo verde ou grandes painéis de LED para criar as cenas, mas isso deu uma estética artificial, ficou extremamente caricato, lembrando até um desenho animado. Não gostei.

Apesar disso, de modo geral, eu gostei do filme e acho que vale a pena vê-lo, pela trama, pelo humor e pela nostalgia.

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