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tetris foi melhor do que eu pensava

Lembro de ter visto os anúncios sobre o filme “Tetris” desde o seu lançamento. Apesar disso, não me empolguei muito. Afinal, apesar de ter jogado algumas vezes na infância, nunca achei Tetris tão bom e viciante assim (talvez por ser muito ruim no jogo). Tive a impressão errônea de que seria um filme bobo, que falava apenas sobre o jogo de forma lúdica. Nem me dei ao trabalho de ver o trailer. Mas, ao assistir hoje, durante o horário de almoço, me arrependi de não ter visto antes.

Tetris” não conta apenas a história do famoso jogo de videogame — até porque não sei até que ponto os eventos do filme são verdadeiros —, mas faz questão de mostrar, de forma extremamente caricata, as diferenças entre a URSS e o “ocidente”.

Não é surpresa ver uma forte propaganda anticomunista em uma produção estadunidense. E em “Tetris” não é diferente. Há cenas no filme que não têm relevância alguma para a trama, mas que foram colocadas de maneira muito bem pensada. Por exemplo, quando uma mulher soviética tenta comprar carne sem sucesso, pois o vendedor informa que já tinha se esgotado e, em um ato de compaixão, após ela implorar pela carne dizendo que sua família está faminta, Alexey divide um pouco de sua carne com ela. Ou quando Rogers precisa fazer uma ligação para sua família e Sasha informa que não há orelhões, e que ele poderia ligar do hotel, mas teria que esperar até uma semana na fila. Ou ainda na cena em que jovens soviéticos fazem um coro pedindo liberdade e Coca-Cola, seguido da música "The Final Countdown" do Europe. Sim, é muito caricato. E, como não poderia faltar, há pitadas de corrupção por agentes da KGB, além de representantes do governo soviético admitindo que o país estava arruinado e logo iria “cair”.

Ainda assim, a trama do filme é muito empolgante e cheia de acontecimentos que dão sustentação à narrativa. Toda aquela informação de licenciamento do jogo em diferentes partes do mundo, da disputa entre as companhias que queriam lançar “Tetris” em plataformas distintas, me deixou muito curioso. Será que foi assim mesmo?

No finalzinho do filme, aparecem algumas fotografias das pessoas reais que foram interpretadas no filme, seguidas do que aconteceu com elas após aquela história. Isso leva a crer que há alguma inspiração na realidade no roteiro. No entanto, com tantas cenas caricatas, creio que o diretor exagerou para deixar a história mais empolgante.

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